Um ponto branco e distante no céu chamou a atenção de moradores da região de Sorriso no Mato Grosso na noite desta quinta-feira (11). Muita gente chegou a acreditar que se tratava de um Objeto Voador não Identificado (Óvni), provocando agitação nas redes sociais.
Mas a suspeita de que seres extraterrenos poderiam estar próximos da Terra não se sustentou por muito tempo.
Na realidade, os objetos “não identificados” no céu são balões do Projeto Loon, do Google, cuja missão é fornecer acesso à internet para áreas rurais e remotas.
Um dos balões, confundidos com óvnis, aparentemente foi lançado próximo a Serra do Cachimbo e sobrevoou Guarantã, Novo Mundo, Peixoto, Sorriso e outras cidades da região.
Imagem ilustrativa
Pesquisa
O Loon é um projeto de pesquisa que usa balões de alta altitude. Eles são colocados na estratosfera, a uma altitude de cerca de 20 quilômetros (espaço duas vezes mais alto do que onde ficam os aviões). O nome Loon é um trocadilho com balloon (balão, em inglês).
Os balões navegam em diversas direções e correntes de vento para chegar às áreas onde é necessária a conectividade.
Antes de serem vistos na região de Sorriso, os balões passaram por cidades norte-mato-grossenses, onde moradores tiveram a mesma impressão, ou seja, pensaram em se tratar de Óvnis.
Tecnologia
Tudo isso é muito legal, mas você provavelmente quer saber como raios esses balões transmitem internet para o chão. Não é por WiFi, uma vez que esse método não teria a eficiência necessária para cobrir tamanhas distâncias, já que os balões voam a 20 km da superfície. Fora isso, a potência necessária para tal requereria uma quantidade de energia muito grande, e isso provavelmente interferiria no sinal de outros meios de comunicação.
Por conta disso, a Google resolveu trabalhar com o sinal de celular 4G. Em todos os locais em que o Loon opera e vai operar, a Google tem uma parceria com uma empresa de celular local para utilizar suas frequências e mandar o sinal para o chão de forma compatível com os dispositivos que muitas pessoas já têm.
Balão do Google
Até cem dias
Os objetos voadores possuem componentes que são alimentados por energia solar e podem ficar na estratosfera por até cem dias.
Depois, o projeto do Google fica responsável por pousá-los, o que exige um direcionamento dos balões para áreas remotas e coordenação da descida, a partir do controle do tráfego aéreo.
A ideia, segundo a multinacional americana, é levar o acesso à internet para áreas remotas e rurais com cobertura insuficiente, melhorando a comunicação durante catástrofes naturais.
O projeto teve início, oficialmente, em 2013, nos Estados Unidos. No Brasil, o Google fez os primeiros testes de acesso à internet via balão em 2014, no Piauí.